Sá Pinto está avisado... mas também deixou avisos, fazendo lembrar a história passada há duas eliminatórias desta Liga Europa, ante o favorito Manchester City. O técnico defende que há muito, muito mais que Llorente num Atlético de Bilbau reconhecidamente temível, mas em casa do Sporting mora muita preparação, fé, humildade... e orgulho.
De todas as equipas que o Sporting já enfrentou nesta Liga Europa, o Atlético de Bilbau é a mais devastadora, especialmente fora de casa, bastando para isso ver os seus resultados perante Manchester United e Schalke. Esse aspeto em particular foi alvo do vosso trabalho?
Todas as equipas são preparadas ao pormenor, pois todas têm a sua identidade e forma de abordar o jogo. Não são todas iguais, mas a nossa dedicação na preparação e observação é a mesma. É verdade que este Bilbau é fortíssimo, mas não só fora de casa. Nos dois últimos jogos fora, conseguiu resultados positivos, acabando por ganhar e temos de ter isso em atenção, nunca esquecendo tratar-se de uma eliminatória a duas mãos. Temos de ter atenção a todos os pormenores e situações positivas do adversário, todas as suas qualidades e onde eles nos podem desequilibrar.
Fernando Llorente deixou-lhe grandes elogios, dizendo que Sá Pinto é um bom treinador, com futuro. É deste jogador que vem o grande perigo do Bilbau?
É um dos. Llorente tem como principal ação finalizar. É um concretizador nato. Alem disso, é experiente, esperto a movimentar-se na procura de espaços. Em duas oportunidades, finaliza uma. É a grande referência, mas depois há Muniain, Susaeta, De Marcos e o próprio Ander Herrera salta em zonas de finalização. O Atlético faz chegar os laterais as zonas de finalização. Falo de Aurtenetxe e Iraola. Têm grande equipa. Privilegiam o ataque, ao qual chegam de forma vertical e rápida, com seis, sete jogadores envolvidos, com Ekiza e Iturraspe a darem equilíbrio. Llorente tem grande qualidade, em saída de bola longa, com segundas bolas a chegarem aos médios que apoiam. A equipa tem criatividade, é agressiva com bola e impõe um ritmo muito alto ao longo do jogo.
Quem é o favorito na eliminatória e quais os argumentos do Sporting?
Quando leio a Imprensa, vejo que o Atlético é a superequipa, a equipa que já está na final. Há que respeitar as opiniões. Quanto aos nossos argumentos, a nossa forma de viver cada partida é dar a importância e a responsabilidade subjacentes. É confiar nas nossas capacidades e qualidades, manter uma identidade competitiva, de atitude forte sobre o jogo, sobre a bola e nos duelos. Vamos ter muitos amanhã. Não perdemos a nossa identidade; criámo-la e estamos muito orgulhosos dela. Não tememos ninguém. Somos o Sporting, com 106 anos de história, com carreira de respeito na Europa. Mas somos humildes, sérios e não menosprezamos ninguém. Vamos lutar até ao final!
Já realçou os pontos mais fortes do Bilbau. Quais os fracos?
É uma equipa que chegou por mérito próprio às meias-finais da competição. É equilibrada em todos os momentos do jogo. Privilegia a organização ofensiva, como mencionei, em termos da sua mobilidade e qualidade técnica e verticalidade no jogo coletivo e na transição defensiva. Quando perdem a posse de bola, recuperam o mais rápido possível. Vive a sua identidade do seu coletivo, do ritmo que impõe, como já disse. Parece que nunca está cansada. A equipa está sempre frenética, não consegue nem quer pausar o ritmo e impõe o seu jogo perante qualquer adversário. Estamos perante um Bilbau que pela sua formação na cultura basca, pela sua capacidade de trabalho, juntou uma identidade de jogo, uma grande qualidade. São fortes e temos de os respeitar ao máximo para não sermos surpreendidos e podermos passar à final.
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